quinta-feira, 21 de abril de 2011

Circulos Uninominais

Como podem ver de tudo o que vou escrevendo gostaria de ver implementados os círculos uninominais em Portugal.

Este manobrar de nomes nas listas por forma a que o Partido tenha quem quer no seu Grupo Parlamentar não se coaduna com o direito dos votantes elegerem quem querem para a AR.

Depois temos casos como o que se vê no filme documentário "Pare escute e olhe" que a SIC transmitiu no fim-de-semana passado um deputado por Bragança com um discurso de defesa das opções do seu partido e não das necessidades dos seus eleitores.

Como estamos não somos carne nem peixe. Eu não elejo o Primeiro Ministro, isso cabe ao distrito de Vila Real ou de Castelo Branco, eu elejo deputados por Santarém cuja maioria não sei quem são mas não são de cá, muitos não conhecem a realidade do distrito e entre o distrito e os seus interesses vão defender os seus interesses e do Partido porque nas próximas eleições volta a ser colocado em lugar elegível e os eleitores não conseguem penalizá-los.

Perante tudo isto desejo ter o direito de conhecer o deputado que elejo e desejo ter o direito de o penalizar se o seu comportamento não for o mais apropriado.

Continuação...

Estou agora a verificar que até foi bom o PS retirar o seu eterno cabeça de lista por Santarém é que estou agora a "acordar" para o facto de, a coberto deste nome reconhecido, vão acoplados boys incompreensívelmente nas listas, ou melhor, não incompreensívelmente mas antes por imposição do PS Nacional.

Verifico, novamente, a esperteza de José Socrates ao colocar esse elemento em lugar elegível mas para aí terceiro ou quarto abaixo do Dr Lacão e da Sr.ª Idália (que já não é Moniz) e assim lá ia passando pelo intervalo da chuva. E agora pergunto a quem votou PS quem é aquele Dr. Galamba? O que fez pelo distrito sabem? Eu como podem ver não sei quem é e nunca por cá o vi nem mais gordo nem mais magro.

Terminando estes considerandos já consegui localizar mais candidatos. A CDU torna a apostar em António Filipe, no que só faz bem. O BE também mantém o seu cabeça de lista José Gusmão assim como o CDS com Filipe Lobo d'Ávila.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cabeças de Lista pelo distrito de Santarém

A nomeação do Prof. António Serrano para cabeça de lista do PS por Santarém deixou-me confusa.

Respeito o Sr. Prof., acho que tem sido, ao longo da sua vida, um bom profissional, uma pessoa integra e fiquei muito feliz por o mesmo ter sido nomeado para Ministro da Agricultura mas, nascido em Beja morador em Évora, porque não é cabeça de lista num desses distritos? Terão medo do PCP e querem assegurar a eleição do Ministro para deputado?!?

Essa foi sem dúvida a minha primeira ideia e pensei de imediato que tinha sido nomeação do PS Nacional.
Com a leitura do artigo
o meu equívoco foi desfeito e a minha confusão passou a surpresa.

Foi a distrital a propor um candidato "não distrital" para cabeça de lista.

Num distrito que nos últimos anos foi "desmantelado" (sendo agora metade Médio Tejo metade Lisboa e Vale do Tejo); onde a CCDR da zona de Santarém dependia de Évora que, com demasiada frequência se esquecia que tinha aquela "apêndice" e a confusão e falta de informação era muita o que prejudicou sobremaneira a região; onde já se vai colocando a questão do porquê de existir Governo Civil se oficialmente já não existe distrito; onde os cuidados de saúde e a educação se vão deteriorando especialmente desde que foram extintos os serviços coordenadores que tinham sede em Santarém; em que um concelho inteiro foi separado do distrito sem qualquer atenção às "lutas" anteriores em que isso havia sido negado pelas populações; onde cada vez mais se sente o pouco caso que os sucessivos Governos fazem deste distrito que parece ser para eles o primo pobre do interior que fica com os restos da rica prima Lisboa, agora vimos a saber que na opinião da sua própria distrital nem sequer é um distrito que tenha pessoas suficientemente relevantes para ter um cabeça de lista local.

Sei que a última parte do paragrafo é mentira temos pessoas de grande valor neste distrito, por isso, é ainda mais dificil compreender esta indicação.

A fundamentação apresentada pela Distrital é de circunstância. Por isso entendo que a indicação não é para eu, simples eleitora, compreender apenas será para eu julgar no momento do voto. Na certeza porém que o Sr. Prof. já está eleito (bastam os militantes para isso) e o meu voto ou não voto vai implicar alguém mais abaixo na lista provavelmente candidato local.

Mas não posso deixar de lembrar as últimas eleições e a triste recepção feita a Pacheco Pereira nas ruas da "laranja" cidade de Santarém. Claro que existia uma diferença fundamental, o Pacheco tinha sido imposto ao distrito pelo PSD Nacional de Manuela Ferreira Leite pois a indicação da distrital não tinha sido do seu agrado (Miguel Relvas).

Nas listas do PSD folgo em ver gente do distrito de volta a ser cabeça de lista. Parabéns por isso a Passos Coelho. Estou certa que sabem bem a quantidade de votos que custou o Pacheco como cabeça de lista.

No que diz respeito aos restantes partidos procuro com curiosidade saber os seus cabeças de lista mas, a esta altura, a informação está ainda dispersa.

Só um a parte, se for cabeça de lista de um qualquer partido por Santarém e seja de fora não se surpreenda se tiver muita gente a não querer cumprimentá-lo e não assuma que são eleitores de outro partido isso pode perfeitamente não ser verdade pode ser simplesmente um scalabitano, cartaxense, tomarense, abrantino, coruchense etc, etc que tem orgulho no seu distrito e não aprecia a desconsideração que o partido demonstrou pelas suas pessoas.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

As crianças divertem-se e os adultos assistem...

Chegou o FMI e os nossos políticos desejam colaborar ao máximo para que o país saia da crise em que se foi enredando, ano após ano, quase desde o momento em que o FMI nos havia deixado anteriormente.

Assistimos a um trabalho conjunto de todos os nossos políticos para que o nosso futuro seja melhor e a crise seja superada.

Eu não sou grande romancista mas qualquer pessoa que leia o que escrevi sabe que estou a imaginar um país só meu porque a realidade nem sequer se assemelha, para desgraça de todos nós.

Os políticos continuam a apontar culpados mas todos esticando o dedo quando deveriam era apontá-lo a si mesmos, se tivessem consciência.

Depois é o costume:
- A Extrema Esquerda (CDU, BE) não podem concordar com a intervenção externa, vai contra tudo o que defendem. Pena que sejam reactivos e não proactivos poderia ser que não estivessemos nesta;
- Centro Esquerda sente-se em cheque porque foi o último e teve de abrir a "porta" à ajuda externa perante a torrente de "lama" que já a estava rebentando;
- Centro Direita não quer ser posto em cheque ainda que uma parte da lama que se acumulava na "porta" tenha sido trazida por si. Como não foi ele que abriu a "porta" logo (julga) não ter nada a ver com isso;
- Direita tem se mantido sem declarações explosiva guardando para si mesmo a sua opinião e preparando eleições de forma regular. O que lhe fica bem pois os célebres submarinos estão às suas costas e alguma da "lama" também lhe pertencia.

Não sei o que leva o Passos Coelho a pensar que um plano de recuperação pode ser criado e pensado aos bocadinhos. Por certo os seus assessores já o terão informado que num plano deste tipo as regras e acções plurianuais tem de ser gizadas desde o inicio e a sua aplicação continuada sem interferências ou mudanças. Foi um choque e uma tristeza ver um potencial primeiro ministro a falar sobre um plano só até à tomada de posse do novo governo que depois tornaria a negociar.

Tratatem mas é TODOS de negociar as melhores condições possíveis para o empréstimo que vamos obter do FMI e da UE, olhem para a Islândia, vejam como esta fez, não continuem a elaborar nesta imagem de que os politicos portugueses são incapazes para o Exterior. É que os portugueses já sabem que são uns incapazes mas para conseguirem o "negócio" não podem dar essa imagem ou vamos ter péssimas condições de empréstimo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tendo presente a belissima carta irlandesa só confirmo a minha opinião os portugueses e os irlandeses são muito parecidos.

E lá vem o FMI e o FEEF. Bom? Mau? Não sei. Inevitável? No momento sim. Culpados? Todos. Desculpem mas para mim todos tiveram (e alguns ainda têm) muito pouco sentido do que é bom para o país. Sentido de Estado diriam alguns, eu não digo porque o comportamento do Estado por vezes também envergonha o país.

A verdade é que os temos novamente à porta e apesar dos queixumes de muita gente, das minhas lembranças das estadas do FMI por aqui (e já foram duas) os empresários e empresas sairam bastante bem de tudo já quem está cá por baixo...

Por enquanto aguardo a entrada da instituição do Sr.Dr. António Borges em Portugal.

Carta da Irlanda para Portugal


Bit of friendly advice, Portugal

Dear Portugal, this is Ireland here.

I know we don't know each other very well, though I hear some of our developers are down with you riding out the recession.

They could be there for a while. Anyway, I don't mean to intrude but I've been reading about you in the papers and it strikes me that I might be able to offer you a bit of advice on where you are at and what lies ahead. As the joke now goes, what's the difference between Portugal and Ireland? Five letters and six months.

Anyway, I notice now that you are under pressure to accept a bailout but your politicians are claiming to be determined not to take it. It will, they say, be over their dead bodies. In my experience that means you'll be getting a bailout soon, probably on a Sunday. First let me give you a tip on the nuances of the English language. Given that English is your second language, you may think that the words 'bailout' and 'aid' imply that you will be getting help from our European brethren to get you out of your current difficulties. English is our first language and that's what we thought bailout and aid meant. Allow me to warn you, not only will this bailout, when it is inevit-ably forced on you, not get you out of your current troubles, it will actually prolong your troubles for generations to come.

For this you will be expected to be grateful. If you want to look up the proper Portuguese for bailout, I would suggest you get your English-Portuguese dictionary and look up words like: moneylending, usury, subprime mortgage, rip-off. This will give you a more accurate translation of what will be happening you.

I see also that you are going to change your government in the next couple of months. You will forgive me that I allowed myself a little smile about that. By all means do put a fresh coat of paint over the subsidence cracks in your economy. And by all means enjoy the smell of fresh paint for a while.

We got ourselves a new Government too and it is a nice diversion for a few weeks. What you will find is that the new government will come in amidst a slight euphoria from the people. The new government will have made all kinds of promises during the election campaign about burning bondholders and whatnot and the EU will smile benignly on while all that loose talk goes on.

Then, when your government gets in, they will initially go out to Europe and throw some shapes. You might even win a few sports games against your old enemy, whoever that is, and you may attract visits from foreign dignitaries like the Pope and that. There will be a real feel-good vibe in the air as everyone takes refuge in a bit of delusion for a while.
And enjoy all that while you can, Portugal. Because reality will be waiting to intrude again when all the fun dies down. The upside of it all is that the price of a game of golf has become very competitive here. Hopefully the same happens down there and we look forward to seeing you then.

Love, Ireland.

Publicado a Domingo 27 de Março de 2011 no Independent Irlandês

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Crise politico/economico/financeira...

Não sou de fazer comentários políticos mas esta situação é tão generalizada e relevante para todos nós que cá vai.

Não me colo a qualquer partido pelo simples motivo de querer manter a minha liberdade de pensamento e não estar condicionada nas opiniões que expresso o que seria dificil se fosse militante. Estas opiniões são única e exclusivamente minhas e estão sujeitas a alterações à medida que a situação for progredindo e mais factos se forem apurando.

Terminando esta introdução digo que me é indiferente virem chamar-me de tola e ingénua, emitam a vossa opinião, estou aberta a lê-la analisá-la e até dar-lhe razão.



À muito que sabemos, pela subida da Abstenção, que os portugueses estão desinteressados da política e desconfiam dos políticos.
Julgo que o gosto do português por criticar mas não agir para melhorar tem a sua influência mas não justifica todo o desinteresse. Ontem foi com alguma surpresa que chegou ao meu conhecimento que a desconfiança nos politicos se estende à Espanha no que alguns poderão ver um indicador que ter um Rei, ao contrário do que afirmam os Monárquicos, não melhoraria em nada a nossa situação.

Do que vejo nas notícias existem políticos que ainda não deram por esta crise de confiança e estão a meter os pés pelas mãos.
Comportarem-se como crianças em idade escolar que fazem os trabalhos no último dia de férias e que apenas estudam na véspera do teste só vem confirmar a má imagem que os portugueses têm dos políticos.
Pior ainda, os diplomas que estão a apresentar às toneladas não vão ter qualquer importância, no que difere da criança que ao menos estudou e terá por certo algum resultado.




Em relação ao "estado a que isto chegou" (palavras de Salgueiro Maia na madrugada de Abril em Santarém) é trabalho de muitos anos e muitos governos e parlamentos por isso as culpas estão divididas por todos os partidos que têm ou tiveram assento no parlamento de há, pelo menos, 15 anos para cá.

Vou expor a minha visão do que se tem passado da forma simples como só um leigo poderá escrever:

A crise foi-se avolumando durante anos, como já referi, mas mantinha-se limitada ao país. O Governo PS faz o primeiro PEC e reformula a Administração Pública para tentar conter esta crise interna.
Mas eis que nos EUA se descobre que existia gente a vender gato por lebre o que faz perigar o sistema bancário. Essa crise vai-se expandindo até se tornar mundial. Chegada a Portugal avoluma a já existente.

Com o sistema bancário mundial em alerta máximo o Governo tem de tomar uma opção ou compra o BPN ou deixa o sistema bancário português cair isto porque a queda do BPN arrastaria as Caixas de Crédito Agricola e com elas já não seria apenas um banco mas muitos. O custo foi elevado mas foi muito alto? Não sei. Quanto custaria se se tivesse deixado cair o BPN? Alguém sabe? Só perante esse dado poderei emitir opinião.

Mas a crise mundial avoluma-se com as dissenções e revoltas nos país árabes que fazem ascender a valor nunca visto o petróleo e não há meio de abrandar. Em Portugal os PEC's vão-se sucedendo à medida que as exigências dos nossos parceiros comunitários se vão sentindo e estes a cada novo PEC vão acalmando e reiterando a confiança no Governo Português e comprando Divida Pública Portuguesa o que ajudava nos mercados.

Por cá vai-se elegendo o Presidente da Républica. É eleito Cavaco Silva para um segundo mandato.

Entretanto dois grupos parlamentares de esquerda em lugar de tentarem negociar introduzindo no novo PEC algumas coisas que poderiam ser beneficas para os seus eleitores demitem-se de qualquer negociação e lavam as mãos. Eu perguntei para os meus botões para que é que lhes estou a pagar afinal?

O PSD, com presidente jovem e inovador, tem agora recursos para vencer e um plano para a vitória, pedir um Auditoria às contas do Estado e com isso, afundar o PS numa campanha. Mas não pode ser o PSD a provocar a queda do Governo. O plano é bom e o PR apoia. Faz um discurso de tomada de posse a apelar á mobilização do povo português e o povo entende a mensagem.

Há manifestações mas, para grande pena dos políticos, não houve possíbilidade de colagens pois os portugueses não confiam na totalidade da classe política e o que vem para a rua é um apelo à abstenção o que não serve os propósitos. O Governo tem de cair de outra forma.

Aí vem o PEC4. O Governo apresenta o PEC4 em Bruxelas, os parceiros apoiam e dizem sim senhor assim continuamos a apoiar-vos e o Governo sai reforçado internacionalmente.
Em Portugal a Esquerda alia-se à Direita na AR e chumbam o PEC4, o Governo demite-se/cai.

A Assembleia da Républica Portuguesa é rotulada internacionalmente de tonta e os mercados recebem a mensagem.

O Passos tem uma reunião na UE com os seus pares que demonstram não estar nada satisfeitos e é logo chamado à atenção, Auditoria às contas do Estado nem pensar pois estas também foram validadas pela UE e se agora se descobre qualquer coisa todos os parceiros são arrastados e há que proteger o Euro. O grande trunfo falhou redondamente.

A nível nacional o PSD começa logo a meter os pés pelas mãos avançando com a hipótese da subida do IVA, logo o IVA que não olha a quem o está a pagar e que é o imposto socialmente mais injusto de todos.

Resta o PR que foi demorando as reuniões com partidos e Conselhos, dilatando o prazo de instabilidade no país ao mesmo tempo que ia tentando empurrar o Governo demissionário a pedir ajuda externa. 
Os Constitucionalistas discutem se o pedido de ajuda pode ser feito por um Governo de Gestão ou não as opiniões não são unanimes.
Vem a UE dizer que o Governo pode pedir ajuda desde que tenha mandato o que pode ser interpretado como ter necessidade de ter o aval da Assembleia da Républica.
E com todos estes pareceres o Governo demissionário fica quieto.

E assim vamos nós piorando de dia para dia até ao ponto que nem o FMI nos poderá salvar.

Já dizia Gaius Julius Caeser (110 - 44 aC) "Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."

Reitero que a analise é simplista aliás parece uma comédia de enganos que poderia ser facilmente adaptada ao teatro se não se tratasse das nossas vidas.